Jornal "A Guarda"

Cáritas da Guarda envolve jovens em projectos de desenvolvimento

A Cáritas Diocesana da Guarda está a desenvolver um projecto, denominado “100 Muralhas”, que está a decorrer desde o início do ano lectivo em escolas dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal e Penamacor, no âmbito da Área Curricular Não Disciplinar de Área de Projecto do 12.º ano, que termina no dia 28 de Maio, em Vilar Formoso, com um encontro geral. O “100 Muralhas” envolve 25 alunos e agentes locais de cada escola, num total de 100 elementos, e tem como finalidade contribuir para que os estudantes ganhem “amor à terra” e tenham “orgulho em ser raianos”, explicou Paulo Neves, o coordenador, numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira, dia 29 de Abril, O responsável adiantou que o projecto está a ser desenvolvido “num território que é considerado dos mais pobres da Europa” e pretende ser um contributo “para o combate ao despovoamento”. “O grande objectivo do “100 muralhas” é contribuir para que os alunos e outros agentes locais, desenvolvam acções sobre a identidade do território onde habitam e elaborem produtos finais capazes de promover a auto-estima pessoal e social da região raiana, em prol do desenvolvimento local”, indicou. Paulo Neves contou que os estudantes estão a desenvolver trabalhos em áreas como sustentabilidade ambiental, tradições e costumes, energias alternativas e
potencialidades turísticas. O resultado final será dado a conhecer publicamente, num Encontro Geral, a realizar no dia 28 de Maio, no Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso. Antes disso, irá decorrer a apresentação local dos produtos finais elaborados pelos alunos, realizando-se no dia 6 de Maio no Agrupamento de Escolas do Sabugal; a partir de 17 de Maio no Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo; em 19 de Maio no Agrupamento de Escolas de Almeida; e a 17 de Maio no Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, em Penamacor. Famílias auxiliadas pela Cáritas aumentaram
em 35% À margem da conferência de imprensa de apresentação do projecto “100 Muralhas”, a presidente da Cáritas Diocesana da Guarda, Emília Andrade, referiu que cerca de 170 famílias da Guarda recebem ajuda social e económica da instituição, o que significa um aumento de 35% face a igual período do ano
passado. “São pessoas que pedem, fundamentalmente, coisas de subsistência imediata, como alimentos, medicamentos e roupa”, disse Emília Andrade. Segundo a responsável, a situação actual em termos de procura da instituição “é aflitiva” e o número de carenciados “tem aumentado nas últimas semanas”. Famílias alargadas, mães sozinhas, famílias com elementos deficientes ou doentes, desempregados e jovens em risco são quem mais procura a Cáritas, indicou. “Muita gente está desempregada ou está a trabalhar em trabalhos ocasionais e não recebe o ordenado mínimo”, referiu a responsável, indicando que a instituição presta apoio diário, semanal, mensal e bimensal. A aumentar a procura, Emília Andrade vaticina que a instituição colocará de parte alguns projectos que estão a ser desenvolvidos, para canalizar os fundos “para o atendimento social”. No entanto, assegurou que a Cáritas Diocesana da Guarda “nunca abandonará o atendimento social de proximidade, porque é a missão e a vocação essencial” da organização.